Revista Super-Interessante é desinteressante ao falar do Espiritismo sem conhecimento de causa.

Revista Super-Interessante é desinteressante ao falar do Espiritismo sem conhecimento de causa.

Mais uma vez a revista Super-Interessante SUPER 178 - Fevereiro 2013  resolveu brindar o seu público com um ataque gratuito ao Espiritismo. O tom, como habitualmente, é de troça. Dir-se-ia que só a Super Interessante é dona da Verdade, e quem for contra o paradigma ateísta - materialista - Nietzscheniano, nada mais merece do que troça.

É mais do mesmo, basicamente. Como é costume, a Super-Interessante não cuida de procurar saber o que difama. Alinhava meia dúzia de lugares-comuns anti-espíritas, iguais em tudo à argumentação primária dos sectores religiosos ortodoxos. O que é significativo, diga-se.

A Super-Interessante nunca compareceu nas Jornadas de Cultura Espírita da ADEP, nasJornadas de Medicina e Espiritualidade, nunca procurou saber o que defendem os cientistas que estudam a Espiritualidade (bastaria por exemplo comprar um exemplar do Jornal de Espiritismo, que custa 50 cêntimos e é feito por amadores e sem fins lucrativos, como tudo no Espiritismo) , ou pelo menos o que é o Espiritismo (bastaria por exemplo fazer o Curso Básico de Espiritismo online).

Em vez disso lança-se na ladainha habitual:

- Que as Irmãs Fox fraudaram (não fraudaram coisa nenhuma, várias comissões atestaram a veracidade dos fenómenos, tendo uma confissão de fraude muito mais tarde sido comprada a uma delas pelo Bispo de Boston. Posteriormente Margareth Foxdesmentiu o desmentido e produziu numeroso fenómenos na perante a Imprensa).

- Que Houdini «desmascarou» o Espiritismo. Houdini não desmascarou coisíssima nenhuma. Houdini, era ilusionista, e como muitos ilusionistas achava que se tudo pode ser fraudado então tudo é fraude. Mas uma coisa poder ser fraudada não prova absolutamente nada. Conan Doyle opôs-se-lhe energicamente, aliás, e rebateu os sucessivos golpes publicitários do ilusionista, muito bom artisticamente, mas moralmente muito carecido de bases.

- A Super-Interessante faz a fatal referência a Faraday, que tal como a pescada antes de ser já o era, ou seja, antes de estudar os fenómenos espíritas já sabia que estes não existiam. Chamou psicocinese ao movimento de objectos sem contacto, e qual padre Quevedoachou que tinha resolvido a questão. Esqueceu-se a Super-Interessante que dar um nome a um fenómeno não é explicá-lo, e de caminho esqueceu-se de dezenas de cientistas que atestaram e atestam a certeza da imortalidade da alma e do contacto entre dois mundos.Charles Richet, que até foi Prémio Nobel, foi um deles. Sir William Crookes não recebeu o Nobel da Química porque não abjurou as suas crenças espíritas. Conan Doyle também poderia ter recebido o título de Par do Reino Britânico, se renunciasse às suas convicções, mas não renunciou.

E Frederich Myers, e Ernesto Bozzano, e Cesare Lombroso, e Edith Fiore, e José Herculano Pires, e Hernâni Guimarães de Andrade, e de Rochas, e Gustave Gelley, e Brian Weiss, e David Fontana, e Konstantin Korotkov, e o padre François Brune, e Clóvis Nunes, e tantos, tantos outros que a Super-Interessante desconhece ou de que jamais ouviu falar. E que faz absoluta questão de não conhecer, não vá a verdade abalar as crenças...

Artigos como este são a antítese do que deve ser a Ciência (e falamos de uma revista de divulgação científica!). A Ciência é por natureza inquiridora e anti dogmática. Os cépticos sistemáticos adoptam hoje a mesma postura que as autoridades eclesiásticas  adoptaram noutros tempos em relação a Giordano Bruno ou a Galileo Galilei: não lhes deram crédito porque «já sabiam» que eles estavam errados - mesmo sem conhecerem os respectivos estudos.

Enviado para a Super-Interessante: cmadeira@motorpress.pt, fmoreira@motorpress.pt

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